Fundos mútuos: tudo o que precisa saber

(Atualizado em 7 Março 2021)

Os fundos mútuos são instrumentos financeiros que permitem que os investidores possam diversificar e começar a investir com pouco dinheiro.

Investir pode ser complicado para quem tem pouco dinheiro, afinal de contas com 100€ você não compra nenhuma casa ou nenhuma empresa certo? Errado! É aqui que entram os fundos mútuos, também conhecidos como fundos de investimento.

O que são fundos mútuos?

Os fundos mútuos são um instrumento financeiro que junta vários ativos. Como uma carteira ou um cabaz. Eles podem conter todo o tipo de outros instrumentos financeiros como ações, obrigações, ouro, derivados, imobiliário e até mesmo outros fundos.

Pense nos fundos mútuos como uma “vaquinha” em que muita gente colocou lá dinheiro e todos juntos compraram algo que individualmente ninguém tinha dinheiro suficiente para comprar.

fundos mútuos de ações

Reparte-se esse fundo em unidades de participação, como se fossem pedaços individuais do cabaz, todos com o mesmo valor, e que podem ser comprados e vendidos ou transmitidos a outras pessoas.

Os fundos mútuos têm um gestor (uma pessoa ou instituição) que decide quais os ativos que fazem parte do fundo, e normalmente esse gestor cobra cerca de 2% ao ano sobre o valor do fundo para despesas de manutenção e gestão.

Vantagens e desvantagens dos fundos mútuos

Os fundos mútuos têm algumas vantagens e desvantagens em relação a outros ativos e poder ser uma boa ou má ideia consoante o perfil de cada investidor.

Vantagens

  • permitem o acesso a investidores com pouco dinheiro. Alguns aceitam investimentos a partir de apenas 5€.
  • permitem um elevado grau de diversidade que não seria possivel com pouco dinheiro
  • são ótimos para pessoas com poucos conhecimentos do mundo financeiro. como são geridos por profissionais é mais provavel terem melhores lucros
  • Vantajosos para quem não tem tempo ou vontade de acompanhar os mercados e as notícias
  • Reduzem os custos com transações

Desvantagens

  • Podem tornar-se caros no longo prazo. O fundo médio cobra cerca de 2% de comissões o que no longo prazo significa muito dinheiro
  • Para algumas pessoas são “aborrecidos” por não permitirem controlo sobre o que é ou não parte do fundo

Tipos de fundos mútuos

Os fundos mútuos são normalmente divididos em dois grupos, mobiliários e imobiliários embora hoje em dia seja comum um fundo conter um pouco dos dois.

Um fundo mobiliário investe em valores mobiliários como ações ou obrigações e um imobiliário, como o nome india, em imóveis como casas ou escritórios.

Aberto ou fechado

Os fundos podem ainda dividir-se em aberto ou fechado mas a maioria dos fundos são abertos. Num fundo aberto, um investidor pode comprar ou vender a sua posição a qualquer momento enquanto que num fundo fechado o gestor é que decide quando os investidores podem “sair”.

Distribuir rendimentos ou capitalizar

Não confundir aberto ou fechado com fundos que distribuem ou não rendimentos. Os fundos podem optar por distribuir rendimentos como dividendos ou usar os rendimentos para comprar mais ativos.

Os que distribuem rendimentos são mais procurados por aqueles que querem ter rendimento passivo enquanto que os que retêm os rendimentos são melhores para investidores de longo prazo que querem poupar em impostos.

Escolher um bom fundo

Quando um novo investidor procura onde investir descobre que existem milhares de fundos e isso pode tornar-se desanimador. Afinal de contas onde investir? Como é um bom fundo?

Se alguém lhe soubesse dizer qual vai ser o fundo mais rentável para o futuro essa pessoa seria o chamado vidente. Pessoalmente não invisto em fundos mútuos porque acho que para um investidor residente em Portugal a oferta de ETFs é melhor que a de fundos mútuos.

Mas posso dar-lhe uma dica: quanto mais diversificado e com menores comissões de manutenção, melhor.

Se encontrar um fundo gerido por um dos maiores bancos com comissões de 1% e no mínimo 50 ativos no fundo, tem aí uma boa opção.

Um bom exemplo são os fundos índice. Esses fundos são assim chamados porque contêm todos os ativos do índice. Por exemplo um fundo indice sobre a bolsa Brasileira tem açoes de todas as empresas do IBOVESPA.

Todos os bancos anunciam fundos com prémios disto e daquilo mas na verdade são todos fotocópia uns dos outros.

ETFs vs Fundos

A única diferença entre um ETF (exchange traded fund) e um fundo mútuo é que as unidades de participação do ETF são comercializadas em bolsa como se fossem ações. Em contrapartida, num fundo as unidades são compradas e vendidas “ao banco”.

Pessoalmente acho os fundos melhores porque evitam que o investidor tenha maus comportamentos e ande sempre a comprar e a vender. No entanto tenho mais ETFs do que fundos. O motivo é simples: a oferta de ETFs em Portugal é melhor.

Um investidor em Portugal tem fácil acesso a ETFs da iShares e de outras boas entidades gestoras através de alguns bancos ou da deGiro mas em contrapartida os fundos mútuos em Portugal são geridos por dinossauros.

Segurança dos fundos mútuos

Não se preocupe, o seu dinheiro está seguro!

Mas uma boa prática é verificar sempre se o fundo tem uma ficha normalizada validada pela CMVM. Se for o caso não se preocupe porque o seu fundo está protegido.

Quais fundos escolher?

Infelizmente a oferta de fundos mútuos em Portugal é muito reduzida. Temos muitos fundos disponiveis mas são quase todos geridos ativamente, o que trás grandes custos para o investidor e é assim uma opção pouco interesante.

No que diz respeito a fundos de índice a oferta é quase nula em termos de fundos mútuos. No entanto temos uma boa alternativa: os etfs!

Leia também: o que são ETFs

Resumidamente: um etf é um tipo de fundo que pode ser transacionado em bolsa, como se fosse uma ação de uma empresa.

Neste aspeto temos acesso a um conjunto enorme de fundos mas a minha recomendação recai sempre sobre os mais abrangentes. Quanto mais diversificado melhor!

Para mais informação veja em detalhe: como construir um portfólio de investimentos